100 Anos de História

Com os olhos no futuro, não esquecendo o passado

A Cerâmica Arganilense começou a laborar, inicialmente na Barroca corria o ano de 1916, com a produção de telha do tipo marselhês. Alvo de elevadíssimos elogios pelos peritos, à data, a telha do tipo marselhês era por eles considerada de superior qualidade relativamente aos restantes tipos de telha produzidos.

Com o início de atividade da primeira fábrica em Arganil, dava-se mais um passo no caminho do progresso de uma nova era, onde a Indústria que estivera adormecida, rasgava novos horizontes. À Cerâmica Arganilense, em plena atividade, reservava-se um brilhante futuro, pela excelência dos produtos e nela ficou aberto o mais vasto campo de ação para o operariado arganilense.

Com uma qualidade do barro de primeira ordem, segundo análises técnicas efetuadas na altura e, fruto de uma atividade em crescendo, repercutido nas incontáveis encomendas, os proprietários viram-se obrigados a erigir um edifício capaz de dar resposta às solicitações. Para o efeito, é então em 1948 terminado o edifício próximo à primitiva fábrica que, com 84 metros de comprimento por 22 de largura, estaria em atividade até 1992, empregando cerca de uma centena de operários.

Em 1992, a Cerâmica Arganilense confirmava o seu declínio. Corria o mês de Abril desse ano, quando os operários em greve, reivindicavam o pagamento do vencimento do mês anterior, bem como, dos retroativos desde Janeiro. Foi ainda neste ano noticiado que a EDP cortara a energia por falta de pagamento, ameaçando o futuro, não só da produção e subsistência da fábrica como os postos de trabalho dos então 68 funcionários.

A Cerâmica Arganilense, ou fábrica da telha como era comummente denominada, acabaria por cessar a sua atividade nesse mesmo ano, dada a crise instalada. Dois anos depois, em 1994, o edifício é adquirido pela Câmara Municipal de Arganil em hasta pública, não sendo na altura definido ou divulgado qual o aproveitamento futuro para tal edifício.

Em 1995, é então noticiada a possibilidade de o edifício da Cerâmica Arganilense vir a acolher o Museu Nacional do Bombeiro, numa homenagem aos soldados da paz, que ao longo dos anos muito haviam sido fustigados pelos assombrosos cenários de incêndios florestais decorridos no concelho e mesmo no país. Projetava-se ainda, que o espaço recebesse no âmbito ambiental e florestal, o Centro da Natureza e, posteriormente, o Quartel dos Bombeiros. O sonho de trazer o Museu Nacional do Bombeiro para Arganil bem como as outras valências, não só não se concretizou como, foi posteriormente no ano de 2001, anunciado que o futuro do edifício passaria pela requalificação, dando lugar a um Centro de atividades de âmbito Cultural, através da candidatura a verbas do programa: Apoio a Pequenas Cidades.

O verdadeiro futuro do edifício, devoluto e à beira do colapso por força dos tempos, deixaria de ser uma miragem e viria a ser firmado anos depois, em 2008, com a abertura das propostas para a reabilitação da antiga Cerâmica Arganilense.

Assim, para que este nobre edifício, sinónimo do progresso e da mudança dos tempos de outrora, viesse a ser novamente um espaço ao serviço da comunidade e de orgulho para os arganilenses, foi-lhe destinado acolher um Auditório com 250 lugares, a almejada Piscina Municipal aquecida (semi-olímpica – 25x16m), espaço que encerra ainda um tanque de aprendizagem (16×6), Sauna e Banho Turco, bem como, mantendo traça e caraterísticas do antigo edifício, numa espécie de monumento à indústria arganilense, um excelente espaço Multiusos.

A inauguração do requalificado e aumentado edifício ocorreu no dia 7 de Outubro de 2012, numa sessão que contou com a presença do então Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, Juvenal Silva Peneda e de muitos arganilenses que depois de muitos anos passados, vêm o renascer de um emblemático edifício ao serviço da cultura, do desporto e do lazer.

O projeto representou um investimento total de 6.073.073,80€ e contou com o co-financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do POVT – Programa Operacional Temático Valorização do Território, que atribuiu ao projeto uma comparticipação financeira máxima no valor de 1.288.651,01€ destinada à Piscina Aquecida Municipal (Bloco A),  e do MAIS CENTRO – Programa Operacional Regional do Centro, cujo valor de financiamento FEDER aprovado é de 2.625.816,18€ e visa apoiar o investimento efetuado nos espaços constantes dos Blocos B e C.