União de Freguesias quebra compromisso e coloca em risco instalação, em Côja, do Núcleo Museológico de Etnografia do Concelho de Arganil

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A Etnografia é uma expressão marcante da nossa identidade e das nossas tradições. Neste contexto, a Autarquia tem investido na recolha de peças, artefactos e trajes, que ajudam a contar a história do nosso Concelho, particularmente dos últimos cem anos.

Numa perspetiva de descentralização dos pontos de interesse cultural, mas também de rentabilização dos espaços públicos disponíveis, entendeu a Câmara Municipal sedear o futuro Museu de Arqueologia, no edifício da Casa Municipal da Cultura e o Núcleo Museológico de Etnografia, no imóvel da antiga Casa da Criança, em Côja.

Com efeito, o Presidente da Câmara Municipal de Arganil, Eng. Ricardo Pereira Alves, e o então Presidente da Junta de Freguesia de Côja, Eng. João Oliveira, comprometeram-se a desenvolver ações no sentido da sua concretização, designadamente, a realização de um contrato de comodato, entre a Junta de Freguesia de Côja e a Câmara Municipal, com prévio consentimento da Fundação Bissaya Barreto, legítima proprietária do espaço, no sentido da Autarquia poder proceder à instalação do Núcleo Museológico e o apoio à realização de pequenas obras de requalificação do edifício, que a Câmara Municipal cumpriu, através de um apoio financeiro, concretizado num Contrato-Programa, celebrado entre as partes.

Foi, por isso, com enorme perplexidade, num momento em que existiam plenas condições para o desenvolvimento do procedimento de contratação pública para a instalação do Núcleo Museológico de Etnografia do Concelho de Arganil, na antiga Casa da Criança de Côja, que a Câmara Municipal de Arganil recebeu a resposta do atual Presidente da União de Freguesias de Côja e Barril de Alva, sobre a proposta de celebração de contrato de comodato, dando conta de que “as condicionantes colocadas não se compaginam com a profundidade sentimental que a Casa da Criança constitui para a vila de Côja”.

Refira-se que o contrato de comodato proposto, apenas previa a disponibilização do espaço à Câmara Municipal para ali poder instalar o Núcleo Museológico, comprometendo-se a dotá-lo dos recursos técnicos e logísticos adequados, bem como assegurar a sua manutenção e funcionamento.

Esta decisão unilateral e incompreensível do atual Presidente da União de Freguesias de Côja e Barril de Alva, que rompe com um compromisso estabelecido entre a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia, deita por terra a possibilidade de instalar, até ao Verão, aquela infraestrutura na antiga Casa da Criança, e coloca sérios riscos quanto à criação, em Côja, do Núcleo Museológico de Etnografia do Concelho de Arganil.