Município de Arganil desenvolve ações de controlo da vespa-das-galhas-do-castanheiro

  • Torymus sinensis

  • Marcação de largada

  • Colocação de largada Torymus sinensis

  • Galhas moderadamente desenvolvidas

  • Torymus sinensis

  • Povoamento de castanheiros

  • Folhas atrofiadas galhas pouco desenvolvidas

  • Largada Torymus sinensis

  • Torymus sinensis

A vespa-das-galhas-do-castanheiro (Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu) é um inseto que ataca os castanheiros, sendo considerado uma ameaça para os nossos soutos e castinçais. O inseto, de 2,5 a 3mm embora inofensivo para a saúde pública, é considerado uma das pragas mais prejudiciais para os castanheiros em todo o mundo, uma vez que, ao atacar os gomos foliares e formar galhas, vai reduzir o crescimento dos ramos e a frutificação, podendo diminuir drasticamente a produção e a qualidade da castanha e conduzir mesmo ao declínio dos castanheiros.

Este inseto é originário da China, tendo iniciado a sua dispersão mundial, primeiro na Ásia e, posteriormente, na América do Norte e na Europa, com a primeira deteção referenciada em Itália em 2002 e posteriormente em França, Eslovénia, República Checa, Eslováquia, Espanha (Catalunha, Andaluzia e Castela-Leão) e mais recentemente (2014) na Alemanha e em Portugal, estando neste momento presente em praticamente 50% do nosso território, onde existem castanheiros.

O principal sintoma é o aparecimento de galhas, a partir de meados de abril, nos ramos mais jovens, nos pecíolos ou na nervura central das folhas.  As galhas correspondem ao intumescimento dos tecidos e podem medir entre 5 e 20 mm de diâmetro. Têm uma coloração inicial esverdeada que vai passando depois para rosada, tornando-as mais visíveis. Após a emergência das fêmeas, as galhas secam e podem permanecer agarradas à árvore durante 2 anos, sendo também visíveis.

A dispersão deste inseto, a grandes distâncias, pode fazer-se através da introdução de ramos e rebentos infestados, contendo ovos ou larvas. A dispersão, a curtas distâncias, pode realizar-se através da circulação de material infestado (ramos ou jovens plantas), do vento ou do voo das fêmeas adultas durante o período em que estão presentes (final de maio a final de julho). A deslocação das fêmeas é favorecida por ventos ligeiros ou através do seu transporte pelas pessoas em veículos ou no vestuário.  O fruto dos castanheiros não representa uma via de dispersão uma vez que nenhuma fase da vida do inseto se desenvolve no fruto e não existe possibilidade de contágio pelas fêmeas adultas (maio a julho), visto que elas não estão presentes no período de colheita do fruto (novembro).

O Município de Arganil em colaboração com a Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) e a RefCast – Associação Portuguesa da Castanha, têm levado a cabo nos últimos anos ações de prospeção e monitorização periódicas nos povoamentos de castanheiro, considerado as condições de propagação e ações a desenvolver de mitigação desta praga no concelho.

Na sequência da deteção da presença de Dryocosmus kuriphilus e atual estado de dispersão nos soutos e castinçais, o Município de Arganil em colaboração com a DRAP e a RefCast vão estabelecer, durante o mês de maio, o método de luta biológico, recorrendo ao parasitoide específico, Torymus sinensis, para o controlo da praga, assente num plano específico de largadas e tendo em conta a sincronização dos ciclos de vida da praga/parasitoide.

Este é um meio de luta cujos resultados não são imediatos, pelo que será igualmente avaliada a evolução da taxa de parasitismo, não podendo assim ocorrer tratamentos inseticidas que prejudiquem o estabelecimento do parasitoide.