Stopcortaderia@arganil (9)

STOPCORTADERIA@Arganil

A erva-das-pampas (Cortaderia selloana) é uma gramínea perene que pode ultrapassar os 4m de altura e os 3m de diâmetro. As folhas são planas têm a margem cortante e podem atingir perto de 2m de comprimento. As flores estão agrupadas formando tufos prateados ou ligeiramente rosados, conhecidos por plumas ou penachos. Cada pluma pode produzir milhares de sementes por ciclo reprodutivo. As plantas podem ser femininas ou hermafroditas e as flores provenientes das plantas femininas estão cobertas por pelos compridos que facilitam a sua dispersão a longas distâncias, tanto pelo vento, como aderindo a superfícies ásperas. Esta espécie também se reproduz vegetativamente, pois tem capacidade de regenerar após o corte ou fogo e de enraizar a partir de fragmentos da raiz que fiquem em contato com o solo. A floração ocorre no fim do verão, apesar de se observarem plantas a florir fora dessa época, e a dispersão das sementes ocorre principalmente no outono.

Nativa da América do Sul, especificamente do Chile e da zona das Pampas do Brasil, Argentina e Uruguai, a erva-da-pampas foi introduzida em vários países do mundo como planta ornamental, devido às suas plumas vistosas. Posteriormente acabou por escapar de cultura e invadiu diversos habitats humanizados e naturais. Na Europa é invasora nos países do Arco Atlântico, nomeadamente Portugal, Espanha, França, Irlanda e Reino Unido, e ainda na Bélgica e Holanda, e em países do Mediterrânico, como a Itália e a Grécia, e em países da Europa Central, como a República Checa.

É uma espécie com poucas exigências ecológicas, altamente adaptável a diversos climas e habitats: tanto tolera secas como encharcamentos, solos pobres e com pouco substrato, alguma salinidade e geadas pontuais.

É uma das primeiras espécies a colonizar terrenos degradados, como terrenos industriais, margens de estradas, vias ferroviárias, etc. Contudo, coloniza também espaços naturais de elevado valor ecológico, competindo com as espécies nativas. Cresce vigorosamente, formando aglomerados bastante densos, que funcionam como barreira à circulação da fauna, humanos incluídos. As folhas são cortantes, podendo causar feridas e as plumas podem causar alergias. A presença desta espécie aumenta ainda o risco de incêndios, pois as plumas e as plantas secas são altamente inflamáveis.” (http://stopcortaderia.org/language/pt/stop-cortaderia-pt/)

Por estes motivos esta espécie foi adicionada ao conjunto de espécies proibidas em Portugal, através do Decreto-Lei n.º 92/2019, de 10 de julho.

Para o combate a esta invasão, em junho de 2021, o Município de Arganil aderiu à Estratégia Transnacional de Luta contra a Cortaderia, mas já em 2019 tinha desenvolvido as primeiras ações de controlo da espécie e em 2020 passou a contar com a colaboração com a Escola Secundária de Arganil e a Escola Superior Agrária de Coimbra, com várias ações de sensibilização e de controlo no terreno. Nesta senda o Município está a implementar o projeto STOPCORTADERIA@Arganil, que consiste na intervenção na área total ocupada por esta espécie no núcleo da Zona Industrial da Relvinha, mas também a prospeção e controlo e todo o Concelho de Arganil. O contributo para este objetivo pode vir de todos, através da identificação, localização e envio para o Município desta informação, tornando-se assim qualquer pessoa num “cidadão-cientista