Piódão festejou a cultura e tradições em evento com marca Aldeias Históricas de Portugal

  • Kin – Colherofone

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  • Chef Rui Cerveira – Showcooking

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  • Chef Rui Cerveira – Showcooking

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  • “Há sons cá” – Inês Luzio

  • “Há sons cá” – Inês Luzio

  • “Há sons cá” – Inês Luzio

  • “Há sons cá” – Inês Luzio

  • “Há sons cá” – Inês Luzio

  • “Há sons cá” – Inês Luzio

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  • Descamisada – Rancho Rosas de Coja

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  • Descamisada – Rancho Rosas de Coja

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  • Descamisada – Rancho Rosas de Coja

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  • “Ser Montanhoso” – Mário Vitória

  • “Ser Montanhoso” – Mário Vitória

  • “Ser Montanhoso” – Mário Vitória

  • “Ser Montanhoso” – Mário Vitória

  • “Ser Montanhoso” – Mário Vitória

  • “Ser Montanhoso” – Mário Vitória

  • “Ser Montanhoso” – Mário Vitória

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  • Noiserv

  • Photopoint Piódão

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  • Noiserv

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  • Aldeia Histórica de Piódão

A aldeia de Piódão esteve em festa no passado dia 4 de outubro, no âmbito do ciclo de eventos das Aldeias Históricas de Portugal, “12 em Rede | Aldeias em Festa”, que desde a sua primeira edição em 2016, tem como objetivo divulgar o património cultural material e imaterial único das aldeias da rede. Este ano, de acordo com a situação pandémica, decorreu com as devidas adaptações das atividades ao contexto atual e em linha com as recomendações da Direção-Geral da Saúde e do Governo português, no cumprimento das orientações higiénico-sanitárias.

Acordou escura e nublada mas depressa se deixou iluminar pelo sol tímido mas aconchegante, a aldeia de Piódão, para depois se mostrar majestosa a quem ousou neste dia previsivelmente chuvoso, visitá-la. Kin Thiessen deu os primeiros acordes deste evento cultural, no seu fantástico “Colherofone”, instrumento muito semelhante a um xilofone mas feito a partir de colheres de pau, bem típicas do concelho. O som indescritível e sem sombra de dúvida único, ecoou pelos socalcos abaixo, a partir da Capela da Nossa Senhora do Bom Parto e quase que como um “bom dia”, despertou a aldeia lembrando que era dia de festa e que esta ainda agora começara.

A música de Kin abriu o apetite para o momento que se lhe seguiu, um showcooking com o Chef Rui Cerveira. No cabaz trouxe consigo o melhor que há na região: queijo, enchidos, broa e pão, mel e compotas para depois os pôr à prova em novas aplicações na cozinha, através de receitas que tinham tanto de inesperadas como de deliciosas. Com recurso ao tradicional forno a lenha, e com o xisto a forrar as paredes da sua aprazível cozinha, não foi difícil deixar-nos curiosos para rumar à cozinha e por literalmente as mãos na massa.

Já no coração da aldeia na Capela de São Pedro, Inês Luzio tocava o seu eufónio num espetáculo ao qual deu o nome “Há sons cá”, terminando a programação da manhã.

Evocando aquelas que são as tradições da aldeia e da região, a programação da tarde abriu com a representação de uma “descamisada” pelo Rancho Folclórico Rosas de Coja. A partir da eira de Piódão, com vista desafogada para os socalcos, mergulhou-se em tempos de outrora para assistir ao despir da maçaroca, no qual os participantes se acomodavam sentados em roda e munidos de um espeto para separar a capa da espiga, cantando e confraternizando.

No largo da Aldeia, junto à majestosa Igreja Matriz, preparava-se já o desvendar de uma escultura criada no âmbito da temática do evento. Da autoria do artista e arganilense Mário Vitória, e batizada de “Ser Montanhoso”, encerra em si várias simbologias nomeadamente a simbiose Natureza-Homem. No sentido em que a história de superação e resiliência destas gentes sempre se fez com a convivência da natureza e dos animais, usados não só como fonte de alimento mas também para os trabalhos de cultivo e construção, a peça representa um ser com membros/patas de vários animais. Adivinha-se uma pata de cabra, outra de burro, ovelha e boi, funcionando como alusões a animais que existiam na aldeia e região. No dorso deste fantasioso animal vemos metaforicamente representadas escarpas e montes, de onde surge, estilizado, o casario do Piódão. Esta peça foi inaugurada na presença do artista, Mário Vitória; do Presidente da autarquia, Luis Paulo Costa e da Vice-Presidente, Paula Dinis.

A encerrar um dia em que a cultura e as tradições estiveram em destaque, Noiserv, projeto musical do multi-instrumentista a quem já chamaram “o homem-orquestra” David Santos, subiu ao palco do recreio da antiga Escola Primária de Piódão. Num irrepreensível enquadramento com a aldeia para a qual a Escola tem vista, era inegável aquilo que entrava olhos dentro. Ali estava ela, aconchegada na montanha e resplandecentemente bela a fazer de pano de fundo à sonoridade tão caraterística deste artista. Numa fusão entre a sua imagem e músicas na paisagem, proporcionou um momento imersivo e de contrastes inesperados, mas surpreendentemente perfeitos, que convidaram todos os sentidos a assistir.

O evento “Piódão: Estrada Real”, do ciclo de eventos “12 em Rede | Aldeias em Festa”, adaptado este ano à realidade que atravessamos, despediu-se de Piódão já pela noite, com a certeza de que foi uma ode à cultura, ao território e sobretudo à aldeia de Piódão.